Abandonei este solo infértil, rachado e seco como a pele de um cadáver exposto ao sol de mil infernos. Sim, meus caros espectros e leitores ocasionais: esta tumba virtual será selada — ao menos por ora.
Troco o Blogger pelo Recanto das Letras, onde encontrei um asilo literário repleto de outras mentes perturbadas, onde minha Persona pode vagar livre, urrando ideias febris nos corredores da insanidade criativa. Lá, há ecos que respondem. Lá, há mofo, velas tremulantes e bibliotecas onde os livros mordem de volta.
Confesso que me diverti aqui. Foi neste porão digital que arranhei as primeiras palavras com as unhas da alma. Por isso mesmo, voltarei de vez em quando — como um bom fantasma faz. Afinal, adoro criptas abandonadas, o cheiro acre da poeira ancestral, o toque pegajoso das teias de aranha na nuca e a sensação reconfortante de estar num lugar onde ninguém mais pisa, exceto os corajosos... ou os perdidos.
Se algum leitor ainda perambula por essas páginas, saiba: estou vivo — ou algo parecido — em outro canto escuro da internet. Basta seguir os sussurros.