E se tudo isso for inútil e ainda por cima ninguém estiver olhando?
Você olha para o céu. Estrelas. Galáxias. Bilhões de planetas. Um universo vasto, antigo, silencioso. Aí bate aquela dúvida básica: e se tudo for absolutamente inútil? E pior: e se nem tiver alguém assistindo esse desastre cósmico chamado “minha vida”?
Esse é o medo cósmico. O preferido de H. P. Lovecraft, patrono oficial do “ninguém se importa e o universo te ignora”. Aqui, não existem deuses amorosos ou finais felizes — só entidades tão grandes, tão indiferentes, que nem sabem da sua existência… e talvez seja melhor assim.
Na literatura de terror, o medo cósmico é o abismo filosófico com tentáculos. É o pavor de que a realidade seja frágil, o tempo seja um erro, e tudo que chamamos de “sentido” seja só uma distração simpática enquanto os Antigos despertam do lado de fora da compreensão.
Não tem demônio pra derrotar, nem espírito pra expulsar. Tem só a insignificância. O vazio. O silêncio intergaláctico. E você, tentando entender por que mesmo veio ao mundo se a única resposta possível é: “acidente estatístico”.
O medo cósmico não quer te assustar. Ele quer te rebaixar à escala adequada. Você é um pixel tremendo numa tela quebrada. Um sussurro no meio de um trovão que ninguém escutou. Uma piada existencial sem público.
E, pra completar, o palco é grande demais… e a luz já foi apagada há eras.
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