sábado, 3 de maio de 2025

O Terror Depois do Fim: a força dos FINAIS ABERTOS

Onde o monstro não morre — ele só muda de endereço



Todo mundo adora um final feliz. Exceto o terror. O terror prefere finais... inquietos. Nada de explicações detalhadas, lições de moral ou o assassino sendo preso com trilha sonora triunfal. No terror bem feito, a história acaba com um sussurro, não com um ponto final.

O final aberto é aquele momento delicioso em que o autor sorri com crueldade, fecha o livro — e deixa você sozinho com a dúvida. A criatura morreu? O protagonista enlouqueceu? A maldição foi quebrada... ou só mudou de corpo? Ninguém sabe. E é justamente por isso que a história continua vivendo na sua cabeça, como um hóspede indesejado que recusa sair mesmo depois que a luz já foi apagada.

É um convite malicioso: o leitor se torna cúmplice da narrativa. Ele precisa preencher o vazio com os próprios medos. E sejamos honestos: nada que o autor inventar será mais assustador do que aquilo que o leitor imagina sozinho às 3 da manhã.

No fundo, o final aberto é uma armadilha sofisticada. Ele parece inofensivo. Sutil. Poético, até. Mas é o equivalente narrativo de deixar uma porta entreaberta no porão — aquela porta que ninguém viu se abrindo.

Então, da próxima vez que você escrever uma história de terror, lembre-se: não mate o monstro. Só deixe ele quieto. Dê um sorrisinho. E termine com algo como:

“...mas então ele ouviu um som vindo do andar de baixo.”

Fim?

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