sábado, 10 de maio de 2025

Relato onírico 003: A Caçada Inconclusa

Diário de um Vampiro Fora da Lei – A Caçada Inconclusa



Acordei (ou deveria dizer... despertei) de um sonho lúcido tão estranho quanto um crucifixo em festa de Halloween. Eu era um vampiro fora da lei. Sim, eu, caçador das sombras, excomungado pela própria irmandade das trevas, com uma ficha mais suja que cálice de igreja em rave gótica.

Minha missão? Caçar outros vampiros foras da lei. Isso mesmo: o marginal caçando marginais. Meio hipócrita? Talvez. Mas entre nós, sugadores noturnos, ironia é praticamente um nutriente.

A noite estava perfeita: céu encoberto, cheiro de mofo nos becos e nenhuma alma viva por perto (literalmente). Localizei o covil de três fugitivos: um adolescente insuportável com poderes de telepatia, uma criança com olhos que brilhavam como lanternas de emergência, e, por último, um bebê... um bebê vampiro. Sim, com fraldas de veludo e presas minúsculas, mas uma sede de sangue que faria Nosferatu parecer vegano.

A batalha foi épica... em minha cabeça. Porque na prática, tropecei numa caixa de papelão, assustei um gato e os três escaparam como morcegos em liquidação. O bebê ainda me mostrou a língua. Um desrespeito geracional.

No fim, fiquei sozinho, em cima de um prédio, com minha capa rasgada, refletindo sobre a vida, a eternidade... e como é difícil ser um anti-herói quando até um neném te dribla.

Se alguém encontrar os três, digam que vou voltar. Com repelente infantil.



Nenhum comentário:

Postar um comentário