O Prazer de Temer: uma breve cartografia do horror
O medo me encanta. Ele anda de mãos dadas com meus contos, cochicha ideias enquanto escrevo e, às vezes, até rabisca sozinho umas frases pela madrugada. Mas confesso: nem sempre consigo dar a ele o palco que merece. Por isso, resolvi fazer justiça com esta singela série de postagens — uma ode à arte de se assustar com estilo.
Antes que algum acadêmico surja com uma lanterna e uma prancheta, aviso: não existe uma classificação universal do medo. Existem várias. Psicólogos falam em medos primários e secundários, psiquiatras colecionam fobias como quem coleciona selos, e Karl Albrecht montou um top 5 dos terrores universais (spoiler: envolve ser humilhado e morrer — nessa ordem, inclusive). Jungianos gostam de arquetípicos — como o medo do monstro interior, da escuridão, da autoridade, da perda de identidade... enfim, terça-feira normal.
Mas aqui não viemos pela ciência. Viemos pelo pavor estilizado, pela literatura que dá ao medo um figurino e uma trilha sonora.
Por isso, durante os próximos cinco dias, faremos uma peregrinação por cinco categorias clássicas do terror — aquelas que arrepiam mais do que boletos vencidos:
Medo do Sobrenatural – onde fantasmas, demônios e afins fazem hora extra.
Medo do Real – porque às vezes o monstro tem CPF e vota.
Medo Existencial – quando você acredita que Deus pode ter saído pra fazer compras.
Medo Psicológico – aquele surto básico, patrocinado pela sua própria mente.
Medo Cósmico – e se tudo isso for inútil e ainda por cima ninguém estiver olhando?
A partir de amanhã, embarcaremos nesse trem-fantasma com paradas estratégicas no abismo. Traga sua lanterna, seus traumas e, se possível, uma muda de roupa seca.
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