sexta-feira, 23 de maio de 2025

Este blog está enterrado… mas nem tanto.

Abandonei este solo infértil, rachado e seco como a pele de um cadáver exposto ao sol de mil infernos. Sim, meus caros espectros e leitores ocasionais: esta tumba virtual será selada — ao menos por ora.



Troco o Blogger pelo Recanto das Letras, onde encontrei um asilo literário repleto de outras mentes perturbadas, onde minha Persona pode vagar livre, urrando ideias febris nos corredores da insanidade criativa. Lá, há ecos que respondem. Lá, há mofo, velas tremulantes e bibliotecas onde os livros mordem de volta.

Confesso que me diverti aqui. Foi neste porão digital que arranhei as primeiras palavras com as unhas da alma. Por isso mesmo, voltarei de vez em quando — como um bom fantasma faz. Afinal, adoro criptas abandonadas, o cheiro acre da poeira ancestral, o toque pegajoso das teias de aranha na nuca e a sensação reconfortante de estar num lugar onde ninguém mais pisa, exceto os corajosos... ou os perdidos.

Se algum leitor ainda perambula por essas páginas, saiba: estou vivo — ou algo parecido — em outro canto escuro da internet. Basta seguir os sussurros.

Com necrocarinho,
Izanagui
(o autor que escreve com o tinteiro cheio de sangue seco e ironia malcurada)

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Tipos de medo #5 - Medo Cósmico

se tudo isso for inútil e ainda por cima ninguém estiver olhando?



Você olha para o céu. Estrelas. Galáxias. Bilhões de planetas. Um universo vasto, antigo, silencioso. Aí bate aquela dúvida básica: e se tudo for absolutamente inútil? E pior: e se nem tiver alguém assistindo esse desastre cósmico chamado “minha vida”?

Esse é o medo cósmico. O preferido de H. P. Lovecraft, patrono oficial do “ninguém se importa e o universo te ignora”. Aqui, não existem deuses amorosos ou finais felizes — só entidades tão grandes, tão indiferentes, que nem sabem da sua existência… e talvez seja melhor assim.

Na literatura de terror, o medo cósmico é o abismo filosófico com tentáculos. É o pavor de que a realidade seja frágil, o tempo seja um erro, e tudo que chamamos de “sentido” seja só uma distração simpática enquanto os Antigos despertam do lado de fora da compreensão.

Não tem demônio pra derrotar, nem espírito pra expulsar. Tem só a insignificância. O vazio. O silêncio intergaláctico. E você, tentando entender por que mesmo veio ao mundo se a única resposta possível é: “acidente estatístico”.

O medo cósmico não quer te assustar. Ele quer te rebaixar à escala adequada. Você é um pixel tremendo numa tela quebrada. Um sussurro no meio de um trovão que ninguém escutou. Uma piada existencial sem público.

E, pra completar, o palco é grande demais… e a luz já foi apagada há eras.




quarta-feira, 21 de maio de 2025

Tipos de medo #4 - Medo Psicológico

Aquele surto básico, patrocinado pela sua própria mente


Não precisa fantasma, demônio ou universo sem Deus. Às vezes, o terror vem do lugar mais íntimo e inescapável: sua própria cabeça. O medo psicológico é o único que não precisa bater na porta. Ele já tem a chave — e costuma redecorar tudo lá dentro.

terça-feira, 20 de maio de 2025

Tipos de medo #3 - Medo Existencial

Quando você acredita que Deus pode ter saído pra fazer compras



Existe um tipo de terror que não faz barulho. Ele não arrasta correntes, não aparece no espelho nem tenta abrir a porta do quarto às três da manhã. Ele apenas… existe. Silencioso, constante, e desconfortavelmente filosófico.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Tipos de medo #2 - Medo do Real

Porque às vezes o monstro tem CPF e vota



Não, ele não flutua. Não atravessa paredes nem cospe enxofre. O monstro do qual falamos pega fila no banco, paga boleto atrasado e te deseja “bom dia” no elevador. Às vezes até se elege.

domingo, 18 de maio de 2025

Os tipos de medos #1 - Medo do Sobrenatural

Onde até os mortos fazem hora extra



Você está sozinho em casa. O relógio marca 3h33. Um vento gélido atravessa o cômodo, as luzes piscam, e um leve rangido vem do corredor. Seria o encanamento… ou a velha senhora que morreu ali nos anos 40? Bem-vindo ao turno noturno do sobrenatural — onde fantasmas, demônios e criaturas sem carteira assinada nunca pedem férias.

Nova série: Os tipos de medos

O Prazer de Temer: uma breve cartografia do horror

O medo me encanta. Ele anda de mãos dadas com meus contos, cochicha ideias enquanto escrevo e, às vezes, até rabisca sozinho umas frases pela madrugada. Mas confesso: nem sempre consigo dar a ele o palco que merece. Por isso, resolvi fazer justiça com esta singela série de postagens — uma ode à arte de se assustar com estilo.

Antes que algum acadêmico surja com uma lanterna e uma prancheta, aviso: não existe uma classificação universal do medo. Existem várias. Psicólogos falam em medos primários e secundários, psiquiatras colecionam fobias como quem coleciona selos, e Karl Albrecht montou um top 5 dos terrores universais (spoiler: envolve ser humilhado e morrer — nessa ordem, inclusive). Jungianos gostam de arquetípicos — como o medo do monstro interior, da escuridão, da autoridade, da perda de identidade... enfim, terça-feira normal.

Mas aqui não viemos pela ciência. Viemos pelo pavor estilizado, pela literatura que dá ao medo um figurino e uma trilha sonora.

Por isso, durante os próximos cinco dias, faremos uma peregrinação por cinco categorias clássicas do terror — aquelas que arrepiam mais do que boletos vencidos:

Medo do Sobrenatural – onde fantasmas, demônios e afins fazem hora extra.

Medo do Real – porque às vezes o monstro tem CPF e vota.

Medo Existencial – quando você acredita que Deus pode ter saído pra fazer compras.

Medo Psicológico – aquele surto básico, patrocinado pela sua própria mente.

Medo Cósmico – e se tudo isso for inútil e ainda por cima ninguém estiver olhando?

A partir de amanhã, embarcaremos nesse trem-fantasma com paradas estratégicas no abismo. Traga sua lanterna, seus traumas e, se possível, uma muda de roupa seca.

sábado, 10 de maio de 2025

Relato onírico 003: A Caçada Inconclusa

Diário de um Vampiro Fora da Lei – A Caçada Inconclusa



Acordei (ou deveria dizer... despertei) de um sonho lúcido tão estranho quanto um crucifixo em festa de Halloween. Eu era um vampiro fora da lei. Sim, eu, caçador das sombras, excomungado pela própria irmandade das trevas, com uma ficha mais suja que cálice de igreja em rave gótica.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Criando personagens #1: Beltrão Rolla — O Delegado Cético de Lábrea



Cidade:

Lábrea, Amazonas — Um lugar onde a floresta sussurra segredos antigos e a névoa esconde mais do que árvores.

Profissão:
Delegado de Polícia — Um guardião da razão numa terra onde o real e o impossível se entrelaçam como cipós enforcados.

Personalidade:
Cético, mas com a mente aberta para o inominável. Um homem de pés firmes no solo lamacento da lógica, mas cujos olhos já viram horrores que desafiam toda sanidade. Seu lema:
"Se não posso ver, não significa que não exista."

Histórico:

Beltrão cresceu no coração da selva, onde o vento carrega rumores de almas perdidas e os rios devolvem corpos que nunca foram vivos. Ele entrou para a polícia determinado a desmantelar os mitos que infestam Lábrea, mas a cada caso que recebe, mais próximo fica do abismo entre o delírio e o real.
De cadáveres cujas sombras caminham sozinhas a relatos de criaturas cuja forma ninguém ousa descrever, Beltrão segue anotando — e duvidando. Afinal, quando todos os sentidos falham, o que resta é apenas o eco de um sussurro.

Aparência:
Alto e robusto, ombros largos como troncos de seringueiras. Os olhos são poços escuros, eternamente vigilantes. Veste um camisa polo surrada, calça jeans azul-marinho, cinto marrom combinando com o sapato, carrega no cinto seu coldre armado, mas detesta armas. Nas mãos, um velho caderno encardido, onde anota cada caso, cada pesadelo... e, talvez, seus próprios temores.

Frase de Impacto:
"Toda história tem duas versões. A questão é: qual delas estamos dispostos a acreditar — e qual delas está nos observando de volta?"

Curiosidade:
Beltrão está sempre à caça das mesmas pistas que o repórter Jacino Rego, o cronista do inexplicável. Eles são rivais nas investigações, mas nunca se cruzam. Talvez porque um nunca pode entrar no camiho do outro.



quinta-feira, 8 de maio de 2025

A Importância da Descrição de Cenários em Histórias de Terror

Como Transformar Cenários em Monstros

A casa da bruxa Érica N’gurá — e você não vai querer se aproximar.


Esqueça aquele papo de que o cenário é só um pano de fundo bonitinho. Em histórias de terror, o cenário é aquele parente estranho que aparece na ceia de Natal e você não sabe se ele vai contar uma piada ou arrancar sua pele. É um personagem com alma própria, ainda que a alma esteja apodrecendo em algum porão escuro e esquecido.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Mais uma vitória para mim

🕯️🖤 Mais uma conquista para a estante!


Mais um conto meu foi selecionado em um concurso literário — o que só pode significar uma coisa:

as vozes na minha cabeça estavam certas o tempo todo. 😈✍️

Agradeço às entidades que sussurraram essa história no meu ouvido às 3h da manhã (e ao júri por não chamar a polícia).

Seguimos firmes, escrevendo o inominável, o estranho e o absolutamente maravilhoso.

O abismo piscou de volta... e aprovou o texto. 😌📖

Para quem quiser prestigiar a editora, segue o link do instagram: Medusa Editorial

#ContoSelecionado #EscrevendoNasSombras #LiteraturaMacabra #SombrioComHumor #MaisUmaConquista #ChamemOExorcistaMasMeDeemUmTroféu





terça-feira, 6 de maio de 2025

Apresento-vos… IZANAGUI.

 🦇 Izanagui — escritor, criatura e criatura do escritor. 🖋️



Ele saiu de um verso torto escrito à meia-noite, quando o mundo cochila e os mortos sussurram.

Desenhado pelo meu velho amigo Gepeto... também conhecido como ChatGPT.

Vestido de sarcasmo e alfaiataria sombria, ele ergue o punho não pela justiça, mas pela vitória arrogante dos que escrevem com sangue e ironia.

Olhe bem: olhos em retângulo, dentes triangulares, alma em espiral.

É a síntese do poeta decadente, do gótico com senso de humor, do autor que ri no abismo porque já se acostumou com o eco.

Este é o meu avatar. Meu espelho distorcido.

A máscara que ri por mim quando o texto escorre ácido, e que se cala apenas para gargalhar depois.

Sejam bem-vindos à minha alcova literária.





segunda-feira, 5 de maio de 2025

Let it happen - Tame Impala

E se as palavras não precisassem mais fazer sentido?
E se o som fosse mais importante que o significado?
Isso não é um poema, é um estado mental.
Uma dança de sílabas no escuro.
Peguei Álvares de Azevedo, arrastei pra uma rave psicodélica em 2042, enfiei Tame Impala no ouvido dele e deixei o coitado dançar.
Não tente entender. Sinta.



I cuh-nuh duh-wuh, you wuh-nuh scri-wih

Try-guh-duh do-wee, try to pun-stoo-wee

You wuh-nuh thinkin' that I wuh-luh do-wee

They be lovin' someone and I wuh-nuh stuh-wee

Take the next ticket to take the next train

Why would I do-wee, eh you wuh tun-tun na


I cuh-nuh duh-wuh, you wuh-nuh scri-wih

Try-guh-duh do-wee, try to pun-stoo-wee

You wuh-nuh thinkin' that I wuh-nuh do-wee

They be lovin' someone and I wuh-luh stuh-wee (baby, now I'm ready, moving on)

Take the next ticket to take the next train (oh, but maybe I was ready all along)

Why would I do-wee, eh you wuh tun-tun na (oh, I'm ready for the moment and the sound)


I cuh-nuh duh-wuh, you wuh-nuh scri-wih (oh, but maybe I was ready all along)

Try-guh-duh do-wee, try to pun-stoo-wee (oh, baby, now I'm ready, moving on)

You wuh-nuh thinkin' that I wuh-luh do-wee (oh, but maybe I was ready all along)

They be lovin' someone and I wuh-nuh stuh-wee (oh, I'm ready for the moment and the sound)

Take the next ticket to take the next train (oh, but maybe I was ready all along)

(Oh, baby) 

UM BRINDE AO MEU PRIMEIRO SEGUIDOR

 🦴 Vejam a cara do meu primeiro e único sectário.

(Sua imagem, encolhida, por questões contratuais e pactos não assinados.)



Este homem — cuja identidade permanece oculta como os nomes dos demônios antigos — ousou apertar o botão "seguir" quando tudo ainda era só névoa e promessas sombrias. (QUANDO NEM MINHA ESPOSA OUSOU ME SEGUIR)

Ele não pediu nada. Nem post. Nem conteúdo.

Apenas confiou... como um lunático ou um visionário.

Por isso, está decretado:

A cada 10 anos, quando as estrelas se alinharem e os grilos se calarem, farei uma homenagem solene ao seu gesto solitário - e solidário.

Primeiro seguidor: tu és mais que humano.
És lenda. És loucura. És o prenúncio de um culto literário ainda por nascer.

Que os outros venham — mas nunca esqueceremos que você foi o primeiro a se perder nessa alcova.

Com sangue, sarcasmo e eterna gratidão,




domingo, 4 de maio de 2025

Palavras Soturnas e Pó de Livros Velhos: A Linguagem Rebuscada de Quem Já Nasceu Morrendo

Você gosta de frases curtas? Objetividade? Verbo direto ao ponto?

Então talvez este texto não seja para você.


Aqui, vamos abrir um sarcófago literário e desenterrar três autores que jamais mandariam um "oi, sumido" — prefeririam algo como "há muito, no silêncio oblíquo das eras, minha alma exilada ansiava por tua etérea presença..."

Estamos falando de Álvares de Azevedo, Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft: os grandes mestres da linguagem rebuscada, essa arte obscura de escrever como se você estivesse morrendo, apaixonado, tendo uma visão cósmica e folheando um dicionário de 1850 — tudo ao mesmo tempo.

sábado, 3 de maio de 2025

O Terror Depois do Fim: a força dos FINAIS ABERTOS

Onde o monstro não morre — ele só muda de endereço



Todo mundo adora um final feliz. Exceto o terror. O terror prefere finais... inquietos. Nada de explicações detalhadas, lições de moral ou o assassino sendo preso com trilha sonora triunfal. No terror bem feito, a história acaba com um sussurro, não com um ponto final.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Os Espaços Vazios (ou: o que o silêncio está tramando)

Você já percebeu que, nos contos, nem sempre o que assusta é o monstro? Às vezes, é o parágrafo em branco. O espaço entre duas frases. Aquele momento em que o narrador não descreve o que viu… e você começa a imaginar o pior.



Esses são os espaços vazios — não os do Word, mas os do tipo que sussurra no seu ouvido quando você está sozinho na sala às três da manhã e ouve um cloc vindo da cozinha. (Spoiler: provavelmente foi o vento. Ou não.)

Nos contos, esses vazios são cuidadosamente plantados. São como armadilhas de silêncio. Não dizem nada, mas sugerem tudo. É o autor te entregando uma caixa preta com um bilhete que diz: “melhor não abrir”. E claro, você abre — porque o leitor é curioso e masoquista em igual medida.

Esses espaços não são descuidos. São arquiteturas do pavor. É onde a história respira fundo antes de te empurrar escada abaixo. São os momentos de pausa que te deixam se perguntando: isso foi só uma sombra? Sim. Mas ela te olhou de volta.

E o mais delicioso (ou sádico) é que o terror ali não vem de mostrar, mas de insinuar. O vazio é um convite para o seu cérebro fazer o trabalho sujo. E sejamos honestos: seu cérebro é ótimo nisso. Ele pega um ruído inocente e transforma em entidade ancestral faminta por almas e miojo.

Então, da próxima vez que você estiver lendo um conto e der de cara com um silêncio narrativo, um espaço em branco, um vago “mas algo parecia errado”... não subestime. Pode ser só estilo. Ou pode ser algo olhando pra você do outro lado da página.

Boa leitura. E boa sorte com o barulho na cozinha.




Narrativa em moldura (com narrador não confiável)

 A tal da narrativa em moldura — esse truque literário antigo como os ossos de um monge mumificado — é a artimanha favorita de autores que gostam de fazer o leitor duvidar da própria sanidade. Em vez de simplesmente contar uma história de forma direta, eles preferem entregar tudo por meio de uma carta rabiscada por alguém à beira de um colapso nervoso, um diário que deveria ter sido queimado ou um relatório confidencial que “alguém” deixou cair por engano no porão de uma igreja abandonada. O resultado? Você, leitor incauto, fica se perguntando se aquilo tudo realmente aconteceu... ou se é só o delírio febril de um lunático com acesso demais a papel e tinta.

É claro que dois dos maiores adoradores desse tipo de narrativa são H.P. Lovecraft e Edgar Allan Poe — os príncipes da paranoia e do pavor. Lovecraft, por exemplo, em O Chamado de Cthulhu, nos convida a acompanhar um sujeito que reuniu cartas suspeitas, diários de pessoas desaparecidas e recortes de jornal esotérico para provar que uma entidade cósmica está prestes a devorar nossa insignificante civilização. Tudo isso narrado com a elegância de quem não dorme há dias e talvez esteja ouvindo vozes no escuro. Já em Dagon, outro clássico lovecraftiano, o protagonista — um veterano de guerra com olheiras do tamanho do abismo — escreve uma confissão apavorada sobre uma criatura marinha que encontrou em alto-mar. Spoiler: ninguém acredita nele, nem mesmo ele.

Poe, por sua vez, é o mestre dos narradores que juram de pé junto que estão sãos — enquanto descrevem assassinatos, obsessões e delírios com a empolgação de um vendedor de porta em porta. Em O Coração Delator, temos um homem que mata um velho só porque o olho dele o incomodava (quem nunca?), mas garante que fez tudo com total lucidez. E em Manuscrito Encontrado numa Garrafa, temos exatamente isso: um manuscrito, encontrado numa garrafa, provavelmente por alguém que pensou: “Hmmm, uma mensagem náutica vinda do além? Perfeito para o meu chá da tarde.”

No fim das contas, a narrativa em moldura é uma maneira deliciosamente tortuosa de contar histórias. Ela transforma o leitor em detetive, cúmplice e terapeuta involuntário. Você nunca sabe se está lendo um documento verdadeiro, uma tentativa de acobertar algo muito pior ou simplesmente o diário de bordo de um maluco com boa caligrafia. Uma coisa é certa: se a história começa com “encontrei isso num sótão”... prepare-se para descer junto com ela.




quinta-feira, 1 de maio de 2025

Anúncio sombrio e absolutamente suspeito

É com uma alegria duvidosa e uma pitada generosa de sarcasmo infernal que anuncio a aprovação do meu conto pela tenebrosa e insana editora Obook. Sim, essa entidade editorial de gosto duvidoso — e portanto afinadíssima comigo — resolveu publicar minha criatura amaldiçoada intitulada “A casa que me esqueceu”.


Preparem suas almas e seus colírios, pois em breve essa história maldita poderá assombrar estantes, enfeiar arquivos e talvez até mesmo provocar reações alérgicas em bibliotecas respeitáveis.

Que venham os leitores corajosos e os pesadelos inevitáveis. E que minha prateleira empoeirada, remelenta e parcialmente condenada pelo Ministério da Saúde enfim ganhe um novo troféu fúnebre.

Amém (ou não).